terça-feira, setembro 22, 2009

Ela sempre foi linda e por onde passasse despertava atenção, de homens e mulheres. Por favor, me vê um copo. Gostava de unhas vermelhas, acessórios e sapatos. Extrovertida, dona de olhos lindos e sorriso contagiante. Não ligava muito para essas coisas de romance, na verdade, porque era tímida com coisas do coração. Alguém tem isqueiro? Brigada. Era virgem até. Tinha uma porção de amigos, dentre eles, muitos homens, mas ela sempre era amiga mesmo, embora muitos não descartassem a possibilidade de um 'algo mais'. Ela tinha um amigo quase irmão. Filha única, se apegava fácil. No que dizia respeito à amizade, eu digo, porque ela nunca foi muito ligada em paixão. Sim, pode encher o copo. Até que ela arrumou um namorado. Um daqueles amigos, sabe? Acabou virando o namorado. Já se conheciam há um bom tempo, eram amigos, ? Mas depois que ele passou do posto de amigo para namorado, as coisas começaram a ficar confusas. Ele passou a implicar com o esmalte vermelho, a marca registrada dela. Dizia que não era preciso, que ela não precisava disso pra ser destaque. Daí, ela, que não entendia muito dessa coisa de amor, tentava explicar que ela usava porque gostava, sempre gostou, e não porque queria ser destaque. Ele continuava implicando. Ela passou a alternar as cores, mas não deixou de lado o esmalte vermelho. Mas sabia que quando passasse, ele ia brigar. E brigava feio. Oi? Não, brigada, só vou beber mesmo. Ele também passou a implicar com os decotes que ela usava. E olha que ela nem precisava se esforçar muito para deixar decote, a genética não negava. Justo o decote, que antes, como amigo, ele sempre elogiava. Mas, como namorado, ele tinha mudado de ideia, tinha que ser blusa discreta. Ela, que sempre gostou de unhas vermelhas e decotes, passou a deixá-los um pouco de lado, tudo pelo tal amor. Alguém disse que quando a gente ama tem que abdicar de algumas coisas, ? Então ela passou a usar menos, mas não abandonou de vez nem o esmalte e nem o decote. Mas toda vez que usava um ou outro (ou, pior, os dois juntos) era cravada uma briga (muito mais da parte dele, porque ela nem respondia, ela não sabia brigar). Então, começaram as implicâncias com os amigos, veja só. Por favor, tem mais cigarro aí? Ele implicava até com aquele amigo irmão, que ele já conhecia há muito tempo, afinal, eles também eram amigos. Por que é que você fala com ele todo dia? Quem te ligou? Onde você tá? Quem te deu isso? Sair sozinha? Só rindo, ? Não tem uma roupa mais discreta, não? Engraçado que ele a conheceu usando esmalte vermelho, decote e cheia de amigos, agora achava que tinha que ser diferente, que já não era mais conveniente tudo isso em sua namorada. Como amiga, tudo bem. Como namorada, não. Por favor, traz mais uma dose. Ele pediu para que ela não tivesse mais amigos, e foi aí que ela parou para pensar. Quem era ela agora? Sem esmalte vermelho, sem decote e sem amigos. Além disso, o brilho nos olhos tinha ido embora, muitos já diziam. Fecha pra mim? Então, ela, que nunca entendeu muito de amor, mas achava que tinha alguma coisa errada nessa história, resolveu guardar esse suposto amor em uma gaveta de bugiganga no armário. Ela concluiu que o amor é egoísta. Pelo menos esse tal amor que ele dizia sentir por ela. Porque ele não parecia amá-la, só queria mudar as coisas para que ela ficasse 'amável'. Pode ficar com o troco. Assim, ela voltou a ser aquela mesma menina linda, de sorriso bonito, olhos brilhantes e esmalte vermelho. Ele passou a ser ex-namorado e ex-amigo. Ele ficou bravo, claro. Dizem por aí que ele andou falando que já não a reconhece mais, que ela mudou muito.

4 comentários:

Steeeeeeeeee disse...

Ai drizoca..nem preciso dizer que adorei....e vc sabe que me recordou algo neh?????????
Sempre esmalte vermelho!
te amo e quero sair..to com suadades
bjoca pocahontas

ops...nao escrevo tao bem qto a srta!

Ste disse...

hahahaha o final eh bom demais.........

Luz disse...

Linda a sua capacidade de misturar fatos reais com ficção... Adoro seu jeito de escrever
Beijos

Luz disse...

Linda a sua capacidade de misturar fatos reais com ficção... Adoro seu jeito de escrever
Beijos