quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Porque no supiste entender a mi corazón
lo que había en el porque no tuviste el valor de ver quien soy
porque no escuchas lo que está tan cerca de ti
sólo el ruido de afuera y yo
que estoy a un lado desaparezco para ti

No voy a llorar y decir que no merezco esto
porque es probable que lo merezco pero no lo quiero
por eso me voy
que lástima, pero adiós
me despido de ti y me voy
que lástima pero adiós
me despido de ti

Porque sé que me espera algo mejor
alguien que sepa darme amor
de ese que endulza la sal y hace que salga el sol
yo que pensé nunca me iría de ti
que es amor del bueno de toda la vida
pero hoy entendí que no hay suficiente para los dos

No voy a llorar y decir que no merezco esto
porque es probable que lo merezco pero no lo quiero
por eso me voy
que lastima, pero adiós
me despido de ti me voy


[Peço desculpas pelos possíveis erros de espanhol, mas, infelizmente, esse idioma eu não domino. O que vale é a letra da música; Julieta Venegas - Me voy]

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

O trânsito nosso de cada dia

É sempre a mesma história. Manobra aqui, manobra alí, aperta o botão, espera o portão abrir e vrum vrum, mais um dia de trânsito!
No primeiro semáforo, lá vem aquela senhorinha com a cesta de balas. Até hoje não se sabe bem qual é o dialeto que ela fala, mas desconfia-se que ela queira vender as balas. O sinal negativo com a cabeça é clássico e ela parece entender que não há interesse nas balinhas expostas ao sol diariamente (embora continue a resmungar algo ao seu lado até o dito do semáforo abrir). Tia, desculpa, até eu achar minhas moedas o verde já vai ter aparecido duas vezes e eu já vou ter um olho roxo desde o primeiro verde.
A partir de então, continua-se na mesma faixa de sempre até chegar ao destino. Costumo pensar trinta vezes antes de mudar de faixa desde o dia em que um motoqueiro resolveu querer ser meu passageiro. Não haveria problema algum em dar-lhe uma carona, mas antes ele deveria ter aberto a porta do meu carro e, principalmente, descido da moto dele.
Passados alguns semáforos, chega-se àquele. Aquele famigerado semáforo onde há aqueles rapazes com panos, rodinhos e o diabo a quatro para poder aterrorizar seu dia e sujar seu vidro (porque a última coisa que eles fazem é limpar). E o pior que eles já encostam aquele rodinho do inferno logo de cara, sem nem levar em consideração o seu desespero, seu apelo, sua súplica para que não cheguem perto. Eu tenho pavor deles, juro. Não, não, não, não quero. Não, não tenho dinheiro. Não, por favor, não. Eu estou te pe-din-do! Não, moço! É impressionante como nosso medo é evidente de longe. O mesmo me acontece com relação aos bichos que voam, sejam eles quais forem: a sala é enorme, mas é no meu rosto que eles insistem em pousar.
O restante da trajetória é relativamente calmo. Além das motos (coisas pequenas que ocupam espaço e, claro, estorvam a vida de todo mundo) e dos ônibus e caminhões (coisas grandes que atrapalham o trânsito), há o radar. São bem interessantes as diferentes interpretações dos motoristas para a velocidade que o radar determina. O radar é de 60 km/h. Há quem ande na casa dos 30 km/h com receio de que o radar, por alguma força cósmica ou uma incógnita da Iniciativa Dharma, venha a multiplicar a sua velocidade por 2. Assim, para garantir, é melhor andar pela metade da velocidade, né? E há quem faça exatamente o contrário. A situação: você está na faixa da esquerda, a 3 metros do radar, ao seu lado tem uma carreta e você não pode ultrapassar. O infeliz do carro de trás quase entra no seu porta-malas, faz gestos com a mão e pisca o farol em plena avenida urbana para que você acelere para 120 km/h. Afinal, pelos mesmos motivos anteriores, o radar vai dividir a sua velocidade por 2. Eu costumo pensar que 60 km/h são 60 km/h e ponto.
Enfim, dirigir é o jogo de vídeo game da vida real. Os obstáculos surgem a todo instante e só nos resta desviar para seguir em frente. A única diferença é que não há mais três vidas garantidas na parte superior da tela.

Boa sorte a todos!

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Essa maldita timidez ainda me mata. Você é tímida? Sou, você nunca notou? Não sei, eu te considero 'discreta', na verdade. Não sei, às vezes eu me odeio por ser tão tímida. Com as pessoas que eu conheço, ou melhor, que eu conheço BEM, eu sou muito expansiva, mas a princípio, eu sou retraída. Deve ser essa coisa de "educação". Eu diria que além de discreta você é educada. Obrigada, mas, por exemplo, eu gostaria de me sentir mais à vontade ao lado de crianças, mas eu sempre me escondo quando vejo uma. Hahahaha! Essa é boa! Você se escondendo de crianças? Esconder é modo de dizer. Eu me refiro ao fato de não fazer micagens, falar com voz de criança, bajular e afins. Enfim, acho que o meu problema é não saber bajular seja lá quem for. Sempre fui péssima nesse requisito. Já cheguei até a perder emprego por não fazer parte da corja dos caxias. É, eu também não sou fã de puxar saco de crianças, e nem de ninguém. Eu me sinto um tanto... ridícula, talvez. Exatamente! RIDÍCULA. Essa é a palavra. A idéia de parecer ridícula não me apetece. A possibilidade de virar uma cambalhota e não despertar nenhuma reação na platéia me aterroriza. Coitados dos palhaços. Sabe qual é o seu problema? Não sei se eu sei, me conta? Você é muito gentil e é cheia de escrúpulos. É, eu odeio esses tais de escrúpulos. Gostaria que eles se dissipassem no ar. Mas sabe mais uma coisa que você não sabe? É justamente isso tudo que faz de você uma das melhores pessoas que eu conheço. Ah... Hum... Bem... Obrigada? Não agradeça, você é e pronto. Tá, tá bem... Opa, uma criança vindo alí. Elas têm medo de mim. Tenho que ir, tchau! Mas...
Aquele dia havia começado cedo. No entanto, começara bem. Tudo estava sereno, até o momento em que foi trabalhar. Um clima estranho, denso. Não sabia-se ao certo a origem, mas algum aborrecimento parecia prestes a brotar do chão. E ele brotou. De repente, uma crítica sem muito fundamento fez tudo desabar. Tudo pareceu confuso e a raiva acabou tomando conta daquele corpo frágil e doído. "A idéia do ridículo não me agrada". Passou o restante do dia a controlar a raiva e as lágrimas. Foi embora no horário em que deveria ir, encontrou quem não via há um certo tempo. Desabafou, mas não se sentia leve ainda. Já em casa, depois do merecido banho e ao iniciar os preparativos para o carnaval, o interfone toca. Como se não bastasse todo aquele aborrecimento no trabalho, um infeliz perdera seu telefone, no entanto, lembrava onde era o apartamento. Maldita memória fotográfica. Um infeliz bêbado e incoveniente. Ok, pode subir. Cinco minutos. É o suficiente para eu fuzilar com os olhos antes de mandá-lo de volta pra casa. Depois de cinco minutos cravados, ele foi embora cambalendo e frustrado, e lá estava ela de volta aos preparativos. Precisava dormir, mas aquela conversa tida à tarde estava a deixando inquieta. Dormiu e duas horas e meia depois acordou. Rolou na cama, uma música peculiarmente irritante parecia tocar feito uma vitrola em sua cabeça. Sonhos confusos, raiva, tensão, INSÔNIA. Duas horas pensando, escrevendo, procurando um meio de pular o dia seguinte. Resolveu tentar dormir e apenas cochilou. O sol apareceu, e ela teve que ir ao trabalho. Mas o pior estava por vir. O pior ainda está por vir.
Quem foi mesmo que disse que o tempo resolve todas as encucações de nossa vida? Bom, seja lá quem foi, já que é para ver o tempo passar, vou tratar de garantir o meu lugar. De preferência na primeira fila, e com uma poltrona confortável, claro. Estou aqui batendo palma para todos os deslizes e para as cicatrizes mais doloridas que recebo. E recebo por ser distraída mesmo. Se eu sair por aí distribuindo panfletos com as minhas nostalgias mais absurdas, o mínimo que vai acontecer é que eles se percam por bueiros, sejam pisoteados nas ruas ou, após um certo tempo, terminem no lixo, depois de ficarem jogados no carro de quem fingiu ser solidário a mim. E é engraçado como o tempo que não me agrada, certas vezes, é o mesmo tempo que sempre me mostra realmente quem é quem, pessoa por pessoa. E isso eu tenho de agradecer. E como tenho.