quarta-feira, setembro 30, 2009

Eu sei das histórias porque me contaram, eu não estava lá pra ver. E não lembro de quase nada do tempo que estive. Eu sei que, desde criança, ele sempre foi muito esperto, muito inteligente. Que aprendeu a ler bem pequenininho e era loirinho. Eu soube que já passou por alguns sustos quando menino, dentre eles, um cachorro, com sua pata grande, machucou seu rostinho bem próximo ao olho. Eu lembro vagamente do tampão no olho, mas a cicatriz, embora bem mais amena, ainda existe. Da infância, eu lembro pouco, porque quando eu comecei a guardar memórias, ele já estava na fase da adolescência, e eu, sendo mais nova, era só uma chata que queria atenção. Apesar das muitas diferenças, nítidas até na cor dos cabelos, eu sempre tive muito orgulho e admiração por ele. Passada a fase da adolescência de ambos, veio a fase adulta. Foi então que pude conhecer melhor aquele que me viu crescer. Conheci sua determinação, seus medos, suas conquistas, seus segredos, sua generosidade, sua preocupação, seu caráter, sua capacidade, suas tristezas, suas alegrias, suas angústias, seu coração. E eu sei que não o conheço por inteiro, ainda bem! Isso significa que ainda temos muito a viver juntos. Há quase 27 anos, eu tenho o prazer de tê-lo em minha vida. Há exatos 32 anos, ele veio para fazer a diferença, para aprender, para ensinar e para conquistar. Ele sabe que os meus votos de felicidades são eternos, mas hoje, especialmente hoje, eu deixo algumas poucas palavras apenas para reiterar. Desde sempre e para sempre: meu orgulho, minha admiração e minha gratidão por você, meu irmão. Feliz aniversário!

terça-feira, setembro 29, 2009

Não tem ressentimento
Pois contigo aprendi
Que desse amor não podemos fugir
Cartas sobre a mesa não podemos negar
Nada é perfeito, mas eu quero é jogar...

Justo agora, depois de tanto tempo, ele resolveu falar com ela. Justo agora, depois de tudo que aconteceu, ele resolveu pedir desculpas, encontrá-la, perguntar se algo mudou. Justo agora, ele percebeu o quanto aquele amor era verdadeiro. Justo agora, justamente agora, ele descobriu que ela mudou, se mudou, partiu, partiu-se ao meio. Justo agora, que ela já não está mais ali, onde sempre esteve.

Aonde você mora?
Aonde você foi morar?
Aonde foi?
Não quero estar de fora, aonde está você?
Eu tive que ir embora, mesmo querendo ficar
Agora eu sei
Eu sei que eu fui embora e agora eu quero você de volta pra mim...

segunda-feira, setembro 28, 2009

Apelo, súplica, desabafo.
Já disse uma vez, aqui nesse blog, que o mundo perfeito é aquele no qual não existe dor de cabeça. Cá estou para reiterar tal afirmação e, meu Deus, pedir ajuda! Antes que digam que não me cuido, alto lá! Atualmente, estou fazendo um tratamento para enxaqueca. No início, em abril, tudo parecia correr bem, de fato, as crises diminuíram, e os fatores, que antes eram nítidos para causar a dor, passaram a ser bem poucos. Entretanto, de uns tempos pra cá, as dores têm sido muito comuns e intensas, estranhamente, apenas nos finais de semana (antes, não havia hora e nem dia para a dor aparecer). Já estou com retorno marcado com o meu atual neurologista e, das duas uma, ou ele muda o tal tratamento ou eu procuro outro médico (opção bem mais provável). Já fiz eletros e tomografias e nada de anormal apareceu. Já tentei acupuntura e não surtiu muito efeito. Enganou um pouco, mas não por muito tempo. Remédios já não me fazem nenhum efeito. Muitas vezes, eles nem param no meu estômago. Já perdi as contas das vezes que fui ao hospital, tomei injeção e a dor não cessou. De uns tempos pra cá, passei a praticar exercícios físicos (hidroginástica - já que qualquer exercício que me faça correr me deixa com dor de cabeça e musculação é entediante) e, pasmem, controlar a alimentação. Chocolate, frituras, queijos, sorvetes (que amo) e afins são quase que raros para quem, antes, não tinha nenhum controle. Bebidas alcoólicas nunca foram muito do meu agrado (exatamente por conta das crises consequentes de um gole ou outro), mas agora elas estão todas completamente nulas na minha pouca vida boêmia. Um dos fatores mais comuns para gerar enxaqueca, o hormonal, também foi controlado e, nem assim, sou poupada da dor no final de semana que, supostamente, era para ser bom. Enfim, cheguei a tristes conclusões: ou eu preciso de uma cabeça nova, ou nascer de novo, ou, ainda, viver em uma bolha. Tudo o que eu mais queria era poder correr, caminhar sem medo de ter crise. Tomar uma taça de vinho sem preocupação, planejar o fim de semana sem receio de ser acometida com a dor. Eu estou em desespero, mesmo.
Para quem não sabe o que eu passo, tente ter uma ideia com o texto abaixo. Só quem tem essa dor pode entender. Não há nada que me deixe mais triste do que ver as pessoas ao meu redor irritadas e impacientes quando estou com dor. Pior é ouvir: “mas está com dor DE NOVO? Tem que ver isso!”, como se eu quisesse estar com dor e não procurasse uma solução. Acho que é mais do que óbvio que eu não sinto dor porque quero. Há quem diga que tal dor possa ser de cunho emocional, psicológico ou qualquer outra coisa que envolva sentimentos. Tá, tudo bem, e a Adriana faz o quê mesmo? Sugestões e conselhos são aceitos.

A enxaqueca é um desequilíbrio químico no cérebro, envolvendo hormônios e substâncias denominadas peptídeos. Esse desequilíbrio resulta de uma série de outros desequilíbrios neuroquímicos e hormonais, decorrentes do estilo de vida e hábitos do portador da doença, e também de uma predisposição genética. O resultado é uma série de sintomas, que podem ir muito além da dor de cabeça. Por sinal, existem casos de crises de enxaqueca sem, ou com pouca dor. Geralmente, porém, a dor de cabeça é o sintoma mais dramático da enxaqueca e sua intensidade, apesar de variável, na maioria dos casos, é de moderada a severa.
A dor pode ser latejante (pulsátil), em peso, ou uma sensação de "pressão para fora", como se a cabeça fosse explodir.
A localização da dor pode variar de crise para crise; raramente dói sempre no mesmo lugar. A dor pode ocorrer em qualquer lugar da cabeça, inclusive na região dos dentes, dos seios da face e da nuca, dando origem à confusão com problemas dentários, de sinusite e de coluna.
Os demais sintomas da enxaqueca compreendem náuseas (enjoo), vômitos, aversão à claridade, ao barulho, aos cheiros, hipersensibilidade do couro cabeludo, visão embaçada, irritabilidade, flutuações do humor, ansiedade, depressão (mesmo fora das crises) e lacrimejamento. Um indivíduo não precisa apresentar todos esses sintomas para ter enxaqueca. Normalmente, apresenta alguns deles, em graus variados.
A duração de uma crise de enxaqueca é, tipicamente, de 3 horas a 3 dias, seguida de um período variável sem nenhuma dor. Pode ser precedida por uma alteração do humor (euforia, em alguns casos, depressão e irritabilidade, em outros) e do apetite (vontade de comer doces ou perda de apetite), visão embaçada, visão dupla, escurecimento da visão (cegueira parcial) de um ou ambos os olhos, e sensação de estar vendo pontos brilhantes, como se fossem vaga-lumes. Dentre outros sintomas, estão incluídos diminuição da força muscular de um lado do corpo, formigamentos, tonturas como se fosse labirintite, obstrução nasal, tensão nos músculos da nuca e dos ombros, diarreia, podendo também ocorrer as manifestações visuais já descritas.
Um indivíduo não precisa ter todos esses sintomas para ser diagnosticado como apresentando enxaqueca, porém alguns deles, como as náuseas e/ou a aversão à claridade/barulho são tão comuns que chegam a ser quase obrigatórios para o diagnóstico.
A frequência da dor é muito variável, podendo ser desde uma vez na vida, até todos os dias, e até várias vezes ao dia, no caso da cefaleia em salvas.
A dor pode ser muito forte, a ponto de impedir o indivíduo de exercer qualquer atividade, obrigando-o a ficar deitado, num quarto escuro, em silêncio, durante horas ou dias. O paciente torna-se muito irritável, preferindo ser deixado sozinho.
Boa parte das crises termina com o sono, ou então quando a pessoa vomita (principalmente as crianças). Ao fim de uma crise, o paciente sente-se como se estivesse de ressaca, apresentando, por mais de um dia, tolerância limitada para atividade física e mental.
A enxaqueca não é só uma dor de cabeça, mas uma série de sintomas, dentre os quais, a dor.
Um deles, em particular, ocorre em 10 a 15 em cada 100 enxaquecosos (nome dado aos portadores de enxaqueca), e recebe o nome de aura de enxaqueca. Aura, nesse caso, é no sentido de premonição. O indivíduo começa, de repente, a apresentar alucinações visuais: ele vê luzinhas, "estrelinhas", "vaga-lumes" piscando no seu campo visual, ou então enxerga linhas em zigue-zague, tremeluzentes, que vão aumentando em tamanho e atrapalhando a visão, ou uma perda progressiva da visão, bastante peculiar, no sentido que a pessoa passa a enxergar apenas uma parte dos objetos. Ao olhar para um rosto, ela pode enxergar apenas meio rosto, e assim por diante. Os objetos podem dar a impressão de aumentar ou diminuir de tamanho, e, nesse caso, a pessoa pode esbarrar nas portas. A sensibilidade pode se alterar, com formigamentos na metade da língua, e/ou lábios, e/ou um dos membros superiores e/ou inferiores. A fala pode ficar "pastosa", a pessoa pode não se lembrar das palavras mais comuns.
Todo esse fenômeno de aura dura entre 20 minutos e uma hora, após o que, ela vai regredindo. Assim que a aura passa, a dor de cabeça, tipicamente, começa. Daí o termo aura, premonição. Acontece que algumas pessoas podem ter episódios apenas de aura, sem a dor de cabeça, daí a enxaqueca sem dor de cabeça. A desinformação reinante sobre o assunto deve ter sido responsável por muitas mortes e acidentes no trânsito.
A frequência da enxaqueca varia de indivíduo para indivíduo. Alguns casos são mensais, outros anuais, e outros ainda, de 2 a 4 vezes por semana, e até todos os dias!
Um dos maiores problemas da enxaqueca é que ela pode ser desencadeada por uma série de "gatilhos", tornando a pessoa tanto mais vulnerável a saídas da rotina, quanto mais agravada estiver a sua doença. Sair de casa em dias muito claros, frequentar lugares aglomerados (ex: feiras, shopping), passar por emoções mais fortes (não apenas situações de contrariedade, mas também situações inusitadamente boas), acordar mais tarde que de costume, dormir durante o dia, atrasar refeições, beber uma simples taça de vinho, comer certos pratos como salsicha, alimentos muito gordurosos, queijos amarelos, chocolate, sorvete e até algumas frutas (só para mencionar alguns desencadeantes), ainda que em pequena quantidade, já pode ser suficiente para desencadear 3 horas a 3 dias de muita dor e outros sintomas.
Até exercícios físicos fora da rotina do indivíduo podem desencadear crises. A pessoa se sente como se precisasse viver dentro de uma bolha!

Texto extraído (e adaptado) do site: enxaqueca.com.br

quinta-feira, setembro 24, 2009

Dizem que quem tem vários estilos, na verdade, não tem nenhum. Sinceramente, eu não concordo nem um pouco com essa constatação. Essa história de usar sempre as mesmas roupas, ir sempre aos mesmos lugares, comer sempre o mesmo tipo de comida, usar sempre o mesmo penteado, escutar sempre as mesmas músicas, pedir sempre o mesmo sabor de pizza, definitivamente, não é comigo. Sou completamente adepta da liberdade de um dia usar brinco de pena, no seguinte, uma joia bem delicada. Assim como adoro rasteirinhas, acho pra lá de bonito um salto alto. Experimento todos os tipos de comida, gosto de praticamente tudo, mas dobradinha é algo que, por mais que eu já tenha tentado, não desce. Adoro música, tenho minhas preferências, mas não recrimino nada e nem ninguém. Tudo depende da hora e do lugar. É importante saber a diferença entre o versátil e o volúvel. Versátil é quem se adapta a tudo de novo que acontece ao redor, tratando de tirar o melhor de cada coisa. Volúvel é quem não sabe o que quer, e entra nas novas ondas só para fazer volume, sem nem fazer ideia do que se trata - assim que a moda muda, a pessoa também muda. Bacana é saber se divertir tanto em uma roda de samba, quanto em um show de rock. Você pode até não gostar, mas não custa ir uma vez para saber como é. Bom é ter liberdade para fazer suas escolhas, sem ficar preso a 'regras' que você mesmo criou só para reiterar sua suposta personalidade. Liberdade de escolha é diferente, bem diferente, de deslealdade. Interessante é estar disposto a conhecer o novo, caso não goste, pelo menos, você pôde experimentar e, assim, dizer com propriedade do que gosta e do que não gosta. Bacana mesmo é respeitar as diferenças e, principalmente, saber conviver com elas. Opiniões, princípios e hábitos todos temos, é só respeitar os alheios. (Continua...)

quarta-feira, setembro 23, 2009

Dia sem carro? O que é isso?
Teoricamente, ontem, dia 22 de setembro, foi o tal do Dia sem Carro. Em Campinas, pelo menos, o que mais tinha nas ruas era carro. Uma porção deles. Eu, que demoro, no máximo, 15 minutos do trabalho para casa, demorei mais que o dobro do tempo para fazer o mesmo trajeto de todos os dias. Eu tinha a nítida impressão de que mandaram evacuar Campinas e ninguém me avisou. Eu via o mesmo sinal abrir e fechar por, no mínimo, cinco vezes. Os fatores que contribuíram para esse caos foram vários (e sérios). A começar pela chuva. Se eu puder optar por não tomar chuva, com certeza optarei. Se eu tenho como ir de carro, eu vou de carro (pelo menos em Campinas, onde não há metrô). Não só eu, pelo visto. Além das chuvas, as ruas de Campinas, as principais avenidas, por sinal, estão repletas de obras para suposta melhoria. Ou seja, faixas interditadas e lentidão garantida. Pensem comigo: chuva + obras é uma combinação linda. Agora, acrescente um galho gigantesco de árvore que resolveu cair de um lado de uma Avenida movimentadíssima (com obras, claro) e que teve que ser fechada por 7 horas para que o Corpo de Bombeiros retirasse o dito do galho e podasse a árvore. E, para completar, o fator mais grave e chocante: um latrocínio, às 10 horas da manhã, no semáforo (pelo qual passo todos os dias, diga-se) em um cruzamento com a mesma Avenida das obras e do galho. Desesperador. Devo dizer que tudo isso é no caminho de minha casa e, sim, eu passei terríveis minutos dentro do carro, cantando o mantra "eu não vou ficar louca". Hoje, 23 de setembro, o trânsito está muitíssimo parecido com o de ontem. Espero, de coração, que as razões para tamanha lentidão sejam apenas as obras, a chuva e algum galho rebelde. Campinas sitiada.
Aviso: um post pessoal, só pra variar. Ainda dá tempo de clicar no X lá em cima.
Já não é de hoje que eu tenho pensado em uma porção de coisas das quais eu gosto "mais". Todo mundo gosta mais disso e desgosta ainda mais daquilo. Todo mundo tem preferências e gostos, graças a Deus, bem diferentes. Você pode detestar o que eu gosto e não é difícil que discordemos de algo, certo?
Eu poderia passar horas e horas escrevendo tudo o que eu gosto, mas vou ser breve, afinal, eu não posso sair contando tudo, assim, de mão beijada, ? Gosto das coisas simples, acredite, nada muito difícil de encontrar. Vou escrever tudo a esmo, de uma maneira aleatória, sem regras cronológicas.
Gosto de dormir com o barulho da chuva e também acordar com ele, mas apenas nos dias em que eu não preciso sair na chuva, é claro. Porque chuva é bem-vinda quando você está em casa, convenhamos. Caso contrário, o trânsito também passa a ser conhecido como caos e o seu cabelo fica com um aspecto bo.ni.to.
Sou apaixonada por chocolate, seja onde for, como for e quanto for. Adoro sorvete de flocos, meu preferido e, ainda na culinária, sou fã incondicional de comida japonesa (desde sempre, não é consequência dos últimos meses, sim?).
Tenho uma paixão incontida por praças. Acho-as lindas, aconchegantes e nostálgicas.
Gosto muito de piscinas. Gosto de água, em um modo geral, mas piscina é meu encanto.
Completamente apaixonada por livros. Logo, a leitura é um dos meus amores. E a escrita, claro. Essa vem no pacote.
Gosto bastante de dirigir (com muitas restrições, confesso, mas que eu gosto, eu gosto).
Gosto de cores, a maioria delas.
Preciso fazer as unhas semanalmente. Já passou de gosto para hábito. Eu me desdobro inteira com meus horários, mas não falto a esse compromisso semanal.
Adoro receber flores (mas a parte do 'cuidar' eu deixo a desejar - shame on me -, e isso também vale para os animais de estimação - shame on me again!)
Adoro MPB, mas gosto muito de alguns cantores internacionais.
Sorrisos me encantam, bom humor é fundamental. Mas não aquele humor exagerado, incoveniente. Gosto de gentileza e otimismo.
Amo viajar, ainda mais quando for para encontrar pessoas queridas do meu coração. Melhor ainda, quando viajo na companhia delas.
Fico muito feliz quando me pedem ajuda, quando confiam algo a mim, quando demonstram o que sentem. Gosto de ouvir, embora nem sempre eu tenha (ou saiba) o que dizer.
Há muitas e muitas e muitas coisas que eu ainda poderia mencionar, mas eu também gosto (e tenho que) dormir bem para acordar no horário. Talvez eu faça uma continuação desse post, ou algo do tipo: gosto-mas-tenho-vergonha, e até mesmo um outro post sobre o que eu não gosto.
Ou não.
Aliás, esse post é sem nenhuma razão de ser.

terça-feira, setembro 22, 2009

Ela sempre foi linda e por onde passasse despertava atenção, de homens e mulheres. Por favor, me vê um copo. Gostava de unhas vermelhas, acessórios e sapatos. Extrovertida, dona de olhos lindos e sorriso contagiante. Não ligava muito para essas coisas de romance, na verdade, porque era tímida com coisas do coração. Alguém tem isqueiro? Brigada. Era virgem até. Tinha uma porção de amigos, dentre eles, muitos homens, mas ela sempre era amiga mesmo, embora muitos não descartassem a possibilidade de um 'algo mais'. Ela tinha um amigo quase irmão. Filha única, se apegava fácil. No que dizia respeito à amizade, eu digo, porque ela nunca foi muito ligada em paixão. Sim, pode encher o copo. Até que ela arrumou um namorado. Um daqueles amigos, sabe? Acabou virando o namorado. Já se conheciam há um bom tempo, eram amigos, ? Mas depois que ele passou do posto de amigo para namorado, as coisas começaram a ficar confusas. Ele passou a implicar com o esmalte vermelho, a marca registrada dela. Dizia que não era preciso, que ela não precisava disso pra ser destaque. Daí, ela, que não entendia muito dessa coisa de amor, tentava explicar que ela usava porque gostava, sempre gostou, e não porque queria ser destaque. Ele continuava implicando. Ela passou a alternar as cores, mas não deixou de lado o esmalte vermelho. Mas sabia que quando passasse, ele ia brigar. E brigava feio. Oi? Não, brigada, só vou beber mesmo. Ele também passou a implicar com os decotes que ela usava. E olha que ela nem precisava se esforçar muito para deixar decote, a genética não negava. Justo o decote, que antes, como amigo, ele sempre elogiava. Mas, como namorado, ele tinha mudado de ideia, tinha que ser blusa discreta. Ela, que sempre gostou de unhas vermelhas e decotes, passou a deixá-los um pouco de lado, tudo pelo tal amor. Alguém disse que quando a gente ama tem que abdicar de algumas coisas, ? Então ela passou a usar menos, mas não abandonou de vez nem o esmalte e nem o decote. Mas toda vez que usava um ou outro (ou, pior, os dois juntos) era cravada uma briga (muito mais da parte dele, porque ela nem respondia, ela não sabia brigar). Então, começaram as implicâncias com os amigos, veja só. Por favor, tem mais cigarro aí? Ele implicava até com aquele amigo irmão, que ele já conhecia há muito tempo, afinal, eles também eram amigos. Por que é que você fala com ele todo dia? Quem te ligou? Onde você tá? Quem te deu isso? Sair sozinha? Só rindo, ? Não tem uma roupa mais discreta, não? Engraçado que ele a conheceu usando esmalte vermelho, decote e cheia de amigos, agora achava que tinha que ser diferente, que já não era mais conveniente tudo isso em sua namorada. Como amiga, tudo bem. Como namorada, não. Por favor, traz mais uma dose. Ele pediu para que ela não tivesse mais amigos, e foi aí que ela parou para pensar. Quem era ela agora? Sem esmalte vermelho, sem decote e sem amigos. Além disso, o brilho nos olhos tinha ido embora, muitos já diziam. Fecha pra mim? Então, ela, que nunca entendeu muito de amor, mas achava que tinha alguma coisa errada nessa história, resolveu guardar esse suposto amor em uma gaveta de bugiganga no armário. Ela concluiu que o amor é egoísta. Pelo menos esse tal amor que ele dizia sentir por ela. Porque ele não parecia amá-la, só queria mudar as coisas para que ela ficasse 'amável'. Pode ficar com o troco. Assim, ela voltou a ser aquela mesma menina linda, de sorriso bonito, olhos brilhantes e esmalte vermelho. Ele passou a ser ex-namorado e ex-amigo. Ele ficou bravo, claro. Dizem por aí que ele andou falando que já não a reconhece mais, que ela mudou muito.

sexta-feira, setembro 18, 2009

Ela gostava do seu coração acelerado cada vez que saía de casa para encontrá-lo. Gostava daquela sensação e ficava mais satisfeita ainda quando o via chegando perto de seu carro. Ela gostava do modo como se olhavam, da ingenuidade que cercava aquele relacionamento tão confuso. Gostava dos olhares, sorrisos e beijos trocados. Sorrisos que, juntos, pareciam deixar de lado qualquer problema que pudesse existir. Deixava de lado até mesmo a impossibilidade de ficarem juntos, de saírem pelo mundo, à toa, sem que fosse necessário explicar nada a ninguém. Ela gostava até mesmo da espera pelo telefonema dele. Gostava da saudade e da ansiedade que a ausência daquele garoto tão especial lhe causava. Gostava de fazer sempre o mesmo caminho para encontrá-lo e de ouvir declarações sinceras. Sem muita alarde, a vida acabou por afastá-los, embora estivessem sempre ligados de alguma maneira. O amor nunca havia acabado, apenas tinha sido guardado, deixado para mais tarde. Duas vidas tão desencontradas, mas que estavam juntas ainda que em pensamento. E isso é puro romance.

Eu tenho um barco para navegar
As água turvas de uma paixão
E uma rede pra gente deitar
A noite inteira de papo pro ar
Pra você sonhar
E não ter medo do amor
Pra você guardei
Do melhor desse lugar
Veja só, minha menina
O amor se escondeu
Numa estrela tão brilhante
O amor se escondeu
Eu tenho um plano pra gente fugir
De tudo isso e não olhar pra trás
Por uma estrada onde ninguém nos vê
Do horizonte que não tem mais fim
Pra você sonhar
E não ter medo do amor
Pra você guardei
Do melhor desse lugar
Veja só, minha menina
O amor se escondeu

O amor se escondeu - Papas da Língua [part. Paula Toller]

segunda-feira, setembro 14, 2009

Acordei com o barulho da chuva, do vento, dos pingos pesados batendo na janela, dos trovões. Acordei assustada, ainda estava escuro, pensei que ainda faltasse, pelo menos, uma hora até o despertador tocar. Apenas 10 minutos. O quarto estava escuro e ao abrir a janela percebi que o que estava escuro mesmo era o céu, o dia, a semana. Tentei voltar a dormir os minutos restantes, mas eu só sabia procurar por você. Seu lugar na cama estava vazio, eu não encontrava o seu abraço e tampouco o seu bom dia tão amável. Lá fora, a chuva caía sem trégua e eu não sabia mais onde procurar por você e pela coragem de encarar o temporal. Os dias seguiram cinzas. A chuva fez estragos por toda a cidade, pelo país. Eu já estava quase esquecendo o azul do céu, quando uma nova semana se iniciou. A chuva, por fim, estiou, o sol voltou, o ânimo saiu do esconderijo.
Se eu sei, por exemplo, que vou encontrá-lo na sexta, desde a segunda eu já sou feliz.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Há quantos anos eu não via seu rosto... Você estava tão linda. Eu lembrava daquela menina, das nossas voltas sem rumo, dos beijos escondidos. Lembrava de você tão assustada, mas tão encantadoramente atraente. Eu lembro das muitas besteiras que fiz, das lágrimas que vi você deixar escorrer, das tantas vezes que fui embora, muitas vezes, sem ao menos me despedir, das nossas declarações. Lembro que você ainda me ligava, às vezes, só para saber como eu estava e eu não fui capaz de te ligar nem sequer dez vezes ao longo desses sete anos. Eu sempre pensei em você, sempre a mantive no meu coração, embora nossa história nunca tenha tido um momento de calmaria. Pensar em tudo que se passou, que se pôde sonhar e não realizou... Depois de tanto tempo fora da cidade, eu já podia imaginar que, ao voltar, eu a encontraria. Eu também sabia que você saberia da minha volta, mesmo não falando comigo há tanto tempo. Eu voltei, mas já pensando em ir embora. Eu voltei, mas não voltei sozinho. Eu voltei e te procurei em meus pensamentos, alimentando um desejo incontido de encontrá-la mais uma vez. E lá estava você. Em meio ao abarrotado de pessoas, ao som de um dos meus cantores favoritos, de alguma maneira, eu senti sua presença e olhei pra trás. Foi quando eu só pude ver você, dançando e sorrindo. Aquele mesmo sorriso da menina assustada que conheci. Eu queria te olhar, precisava ser discreto, mas você também me viu. E eu só consegui sorrir. Eu queria sair de lá e correr ao seu encontro. Abraçar, beijar, ter a prova de que era real. Mas eu não podia! Justamente eu, que sempre fui livre, que sempre fui e voltei para onde bem entendesse. Eu estava a cinco passos de você, mas só pude olhar. Em um momento de distração, você desapareceu. Eu ainda a procurei com os olhos em todos os rostos ao meu lado, mas fui indagado por conta da minha aflição. Tenho a impressão de tê-la visto ao longe, indo embora, mas eu estava com as mãos atadas. Por favor, apareça para tirar minha vida do lugar! Apareça para que eu possa ir embora dessa cidade, de novo, em paz, com você.

quarta-feira, setembro 09, 2009

Você é tudo e muito mais
Tudo e muito mais
O que sou capaz é muito pouco, eu sei
Você faz tudo muito bem,
Não se compara a ninguém
E então faça de mim o seu bem-me-quer
Faça de nós tudo o que quiser
Você faz tudo muito bem,
Não se compara a ninguém
Porque anos atrás

Você tocou meu coração
E me amou, mas aprendi (mas aprendi)
Tudo na vida
Tem o seu princípio e fim
E se, ainda assim,

Você quiser, eu vou estar, onde estiver
A felicidade (a felicidade) é uma janela aberta
À espera de alguém
Que esteja a fim.

Você é tudo (Mano Borges)

segunda-feira, setembro 07, 2009

Um dos poucos e-mails que valem a pena repassar.
1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo.
3. A vida é muito curta para perdermos tempo odiando alguém.
4. Seu trabalho não vai cuidar de você quando você adoecer. Seus amigos e seus pais vão. Mantenha contato.
5. Pague suas faturas de cartão de crédito todo mês.
6. Você não tem que vencer todo argumento. Concorde para discordar.
7. Chore com alguém. É mais curador do que chorar sozinho.
8. Está tudo bem em ficar bravo com Deus. Ele aguenta.
9. Poupe para aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quando se trata de chocolate, resistência é em vão.
11. Sele a paz com seu passado para que ele não estrague seu presente.
12. Está tudo bem em seus filhos te verem chorar.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia de como é a jornada deles.
14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, você não deveria estar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não se preocupe, Deus nunca pisca.
16. Respire bem fundo. Isso acalma a mente.
17. Se desfaça de tudo que não é útil, bonito e prazeroso.
18. O que não te mata, realmente te torna mais forte.
19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas a segunda só depende de você e de mais ninguém.
20. Quando se trata de ir atrás do que você ama na vida, não aceite "não" como resposta.
21. Acenda velas, coloque os lençóis bonitos, use a lingerie elegante. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Se prepare bastante, depois deixe-se levar pela maré.
23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém é responsável pela sua felicidade além de você.
26. Encare cada "suposto desastre" com essas palavras: em cinco anos, isso vai importar?
27. Sempre escoha a vida.
28. Perdoe tudo de todos.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.
31. Independentemente de a situação ser boa ou ruim, ela irá mudar.
32. Não se leve tão à sério. Ninguém mais leva...
33. Acredite em milagres.
34. Deus te ama por causa de quem Deus é, não pelo que você fez ou deixou de fazer.
35. Não faça auditoria de sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora.
36. Envelhecer é melhor do que a alternativa de morrer jovem.
37. Seus filhos só têm uma infância.
38. Tudo o que realmente importa, no final, é que você amou.
39. Vá para a rua todo dia. Milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos jogássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos os de todo mundo, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor está por vir.
43. Não importa como você se sinta; levante, se vista e apareça.
44. Produza.
45. A vida não vem embrulhada em um laço, mas ainda é um presente.

quarta-feira, setembro 02, 2009

(...) Ela também pediu que a perdoasse. Pelos momentos de besteira e insegurança, mas, sobretudo, pelos momentos em que ela cometesse algum erro. Pediu que não se desencantasse, que não se decepcionasse, que a ajudasse a ser uma pessoa melhor.





[não é a insônia, é o desejo de escrever]

As pessoas erram, sim. As pessoas podem decepcionar, sim. As pessoas podem ser egoístas, sim. As pessoas amam, sim. As pessoas pedem perdão, sim.

Sim.

terça-feira, setembro 01, 2009

Ela nunca pediu muito, só um pouco de muita coisa. Ela só queria carinho e respeito. Afeto e abrigo. Pediu que demonstrasse o que sentisse, que dissesse tudo o que lhe viesse à boca e que a abraçasse bem forte e depois desse um beijo, terno e carinhoso. Ela pediu que fosse a única mulher na vida dele, que ele pensasse nela e sentisse saudade. E que quando a encontrasse, abrisse um sorriso lindo, daqueles que não precisam de mais nenhuma palavra. Pediu que dormissem juntos, que ele conhecesse seu corpo e não reparasse nas pequenas coisas. Pediu que fizesse algumas surpresas, dessas que nem sequer é preciso gastar dinheiro. Aliás, ela acreditava pedir coisas simples, nada que se pudesse comprar. Ela pediu apenas que a compreendesse, que a apoiasse, que fosse amigo, mas amante, especialmente. Ainda pediu um pouco de ciúmes, porque ela achava uma graça quando ele tentava esconder esse sentimento. Pediu que ele tirasse o cabelo dela do rosto, que fizesse carinho, que não sentisse vergonha por ela e não a julgasse. Ela pediu que ele soubesse cozinhar e que tivesse uma risada despretensiosa. Pediu, enfim, que não a esquecesse, nem durante e nem depois. Em meio a tantos pedidos, foi-lhe dado uma única coisa, algo que ela não poderia pedir, mas conquistar: o amor. Então ela não precisou mais pedir, só sentir.