quinta-feira, outubro 29, 2009

Sutilmente...


E quando eu estiver triste, simplesmente me abrace. Quando eu estiver louco, subitamente se afaste. Quando eu estiver fogo, suavemente se encaixeE quando eu estiver triste, simplesmente me abrace. E quando eu estiver louco, subitamente se afaste. E quando eu estiver bobo, sutilmente disfarce. Mas quando eu estiver morto, suplico que não me mate, não. Dentro de ti, dentro de ti. Mesmo que o mundo acabe, enfim. Dentro de tudo que cabe em ti.
[reiterando]

quarta-feira, outubro 28, 2009

A verdade é que são poucas as pessoas que têm paciência para lidar e compreender os problemas alheios, principalmente, quando não lhe dizem muito (ou nenhum) respeito. Tentam apaziguar, dizer que vai ficar tudo bem e tentam te convencer de que não é nada de especial, que vai passar. Sim, vai passar. Sim, pode até ser que para a outra pessoa não seja nada de muito importante. No entanto, naquele momento, para você, é importante o suficiente para te deixar um tanto agoniado. Então, você aprende que algumas coisas não valem a pena ser ditas, não a esmo, não a determinadas pessoas. Que por mais que você esteja aflito, às vezes, é melhor ficar quieto, para não se frustrar, não preocupar e não irritar ninguém e, especialmente, não se aborrecer mais. Porque quando te dizem que não sabem como agir diante de sua angústia, pedir que, então, tentem te entender é o mesmo que pedir que resolvam seu problema. Quando ninguém sabe como agir, talvez seja melhor deixar estar.

quinta-feira, outubro 22, 2009

São pequenos detalhes, mas são eles que me fazem manter pessoas queridas assim, sempre presentes. Quando ouço aquele cantor; aquela música, em especial; quando vejo aquele carro, e lembro o quanto você o acha estranho; quando vou comprar jornal, e vejo as palavras-cruzadas; quando como aquele prato, que tanto te apetece; ainda mais quando vou ao restaurante que você mais adora; quando me pego falando as mesmas expressões que você costuma usar, mas que não têm o mesmo efeito faladas por mim; quando assisto a um dos filmes que você mais gosta e aos seus seriados preferidos; quando visto aquela roupa, que foi um presente seu; quando sinto o perfume daquelas flores, as que você mais gosta; quando vou aos lugares que você mais costuma ir; quando sinto um perfume parecido com o seu (porque o seu é só seu); quando vejo cachorros e gatos e sei que você faria um comentário carinhoso; quando vou à livraria e penso em lhe comprar um presente; quando fecho os olhos e vejo o seu sorriso, lindo e sincero; quando me sinto abraçada por você, ainda que você não esteja aqui.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Tarde demais. Ela acordou e viu que tudo aquilo que havia sonhado era, de fato, pura ilusão dela. Aos poucos, foi ficando esgotada com suas atitudes. Seus descasos, suas traições, seu pouco bom humor, suas manias, suas mentiras, seu desafeto. Tudo feito especialmente para ela. Foi ficando cansada, por mais que ainda achasse que poderia não ser nada importante. Foi embora. Você a mandou embora muitas vezes, ainda que indiretamente, mas então ela foi de verdade. Você refez (ou fez) sua vida e, por uma conspiração do Universo, caiu no colo dela de novo. Liga, escreve, deseja, a procura. E não acha. Tarde demais, ela já foi embora.

quinta-feira, outubro 15, 2009

- Tantos desencontros, tantos anos, tantos "se"... Por que é que esse amor nunca se ajeita?
- Esse amor não é para ser vivido. É para ser sentido.

quinta-feira, outubro 08, 2009

Há dias em que não é apenas o céu que acorda cinza. Parece que, assim como o céu, você também está sem cor. As nuvens carregadas se assemelham com seus pensamentos, repletos de dúvidas e inquietações. A vontade é de parar de pensar. Nem mesmo dormir adiantaria, porque os sonhos ficam agitados. Em dias assim, o coração fica apertado e é preciso ter muito controle para não agir por impulso, pegar o carro e encontrar quem não deve, ligar para quem não faz mais sentido, descontar em quem nem sabe o que acontece. Em dias assim, o desejo é que chegue logo o entardecer e que, durante a noite, um novo dia, sem a cor cinza, seja preparado. A inquietude ainda pode existir na manhã seguinte, mas, um novo dia começa e a esperança, aquela velha conhecida, de que tudo há de ficar bem também acorda ao seu lado. Aquele gosto amargo na garganta passa a ser doce. Ainda que nada se resolva de imediato. Você não está sozinho.
M A L D I T A greve dos bancos.

quarta-feira, outubro 07, 2009

- Eu tenho a impressão de que tudo que aconteceu naquele dia é mero fruto da minha imaginação. Eu não penso nisso o tempo todo, mas sempre que penso, parece que não aconteceu, de fato.
- Isso acontece porque esse foi um dia que você realmente viveu. Não foi apenas mais um dia.
- Que profundo isso...
- Meses de terapia...
[Sobre aquele dia]
Ela pediu para que ele não o procurasse até que ela conseguisse descobrir o que vinha acontecendo com ela mesma. Ele acatou, não discutiu, principalmente porque ele também não estava muito certo de que seria uma boa ideia tê-la por perto. Na verdade, quem procurou por alguém foi ela, depois de tantos e tantos anos. Ele não precisou fazer nada, ela quem apareceu novamente em sua vida para fazer da vida dela mesma uma confusão. Ele permanecia intacto, apenas observando e, como de costume, sem entender aquela mente inquieta de quem parecia ser um ponto de interrogação em forma humana. Ela alegava estar em um momento de transição, mas, depois de tantos anos, ele, que já havia se acostumado com a inconstância dela, não entendia mais o que isso poderia significar. Ela o olhava como se fosse uma relíquia, daquelas que a gente tem medo de tocar para não correr o risco de quebrar. Eu precisava te ver. De modo súbito, ela decide que precisa ir embora, que está muito confusa. Ele apenas consente e se afasta. Desculpa, sou eu. Sempre foi. Eu sei, e eu não sei por que sou assim. Tudo bem. Não tenha raiva de mim. Pelo contrário... Eu só quero que você se encontre (e me ache em você).

terça-feira, outubro 06, 2009

Agora eu sei quem me trouxe a esperança e a alegria de que o amor existe, sim. Agora eu sei quem, apesar de não estar na mesma cidade onde eu moro, é extremamente presente e sempre está ao meu lado. Eu sei qual é a minha motivação de viajar sempre que possível. Agora eu já conheço a voz que ouço todos os dias e que me faz muito bem. Eu finalmente descobri o que havia guardado de bom para mim depois de seis anos de desencontros comigo mesma. Eu conheço o rosto, o sorriso e o abraço de quem não me sai do pensamento. Agora eu sei quem completa o meu sorriso. Agora sim, eu conheço o apreço, o zelo e o afeto verdadeiros. Agora eu sei quem entrou na minha vida sem hesitar e, sobretudo, permitiu que eu fizesse parte de sua vida. Agora eu sei o que são dois sorrisos juntos, transformados em um.

segunda-feira, outubro 05, 2009

Ela acordou pensando na conversa que tiveram ontem, por um desses meios de comunicação virtual. Desde a última vez que se encontraram pessoalmente, mal tinham se falado. E já se passavam anos desde a última vez que estiveram, de fato, juntos. O encontro de meses atrás resumiu-se apenas em alguns sorrisos trocados de longe. Acordou como se tivesse bebido demais na noite anterior, mas, não, eles apenas haviam trocado algumas palavras, combinando um encontro. E era exatamente aí que estava o problema. Um encontro era mais do que esperado, era necessário, mas ela tinha tanta curiosidade para saber o que aconteceria, que quase podia definir tal sentimento como medo. Não era a primeira vez que ele mostrava interesse em encontrá-la, mas ele sempre ficava muito tempo sem dar notícias. Ela sempre passava seu número de telefone, já que ele sempre o perdia de alguma forma, sem esperar que ele realmente ligasse. Ela o conhecia o suficiente para saber que ele não ligaria. Mas, dessa vez, ele parecia decidido e, teoricamente, nada havia de impedi-lo. Então ela esperou. Naquele dia, fumou mais que o habitual. Saiu mais cedo do trabalho, pois a concentração estava perdida em algum canto do escritório. Fez compras no supermercado - ainda lembrava o que ele mais gostava. Chegou em casa e resolveu cozinhar algo para distrair. Esqueceu seu telefone no quarto, enquanto preparava o molho da massa ao som de suas músicas favoritas. Quando lembrou, nenhuma chamada não atendida apontava no visor. Antes mesmo de se sentir frustrada, a campainha tocou. Ele não era capaz de ligar, mas sabia como surpreender.

sexta-feira, outubro 02, 2009

Nunca escondi minha estupidez geográfica.
Falta-me senso de direção em muitos momentos, a ponto de ir para o lado errado em uma rodovia que, supostamente, eu conheço há quase 27 anos. Muitas vezes, sou capaz de me perder nos caminhos mais fáceis e não conseguir traçar caminhos óbvios. Sempre que me dão coordenadas para chegar a algum lugar, eu me perco só de ouvir. Já li a respeito que mulheres têm mais dificuldade nesse aspecto. Deve ser por isso que os homens ficam irritados quando olhamos para um mapa com cara de espanto, como se estivéssemos diante da vitrine da loja mais cara do shopping.
No entanto, tive que correr aqui para registrar minha última experiência com instruções de "Como Chegar".
O destino será chamado, carinhosamente, de Fim do Mundo:

1 - Pegue a avenida principal e siga reto;
2 - Permaneça à esquerda, vire no posto e logo em seguida, vire a primeira à direita. Cuidado para não fazer o retorno; Eu já teria me perdido a essa hora.
3 - Continue reto, reto, reto, reto;
4 - À esquerda, vai ter o Condomínio J. - NÃO É ESSE;
5 - À direita, vai ter o Condomínio S. - TAMBÉM NÃO É ESSE;
6 - Contando do posto, na terceira lombada, vire à esquerda, na Rua L;
7 - Lembre-se: entre na rua e não no condomínio; É nessa parte que eu SEMPRE faço o que me mandam NÃO fazer.
8 - Vá reto toda vida, sempre subindo. Cuidado, é escuro;
9 - Faça a curvinha fechada à direita. É bem fechada;
10 - Continue subindo, nunca desça. Se começar a descer em algum momento, é porque está no caminho errado; Eu já estaria quase no inferno quando me desse conta disso.
11 - Quando vir uma chácara, vire à esquerda, ao lado da lixeira, em um portão aberto. É uma estrada de terra;
12 - Vai ter uma bifurcação, mantenha-se à esquerda; Eu ia parar no meio e ligar para confirmar.
13 - Continue subindo. Lembre-se: só sobe, sobe, sobe;
14 - Entre na primeira à direita;
15 - Existem 3 casas, é a de portão verde, com um poste na frente. A única casa iluminada, por sinal;
16 - Bem-vinda ao Fim do Mundo!

Acreditem!!! Eu NÃO me perdi! Um marco na história da humanidade, juro!
(mas eu não dispenso um GPS de presente de Natal ou aniversário)
Eu não sei a razão, mas alguma coisa não me deixa ficar sem pensar nela. Tanto tempo passou, tanto mudou, mas parece que eu sinto como se ainda houvesse aquela essência de anos atrás. Ela sempre está tão linda, sempre cheia de novidades. Muda de emprego, de cidade, de namorado, mas aquele sorriso não muda. Eu disse que ligaria, que queria encontrá-la, mesmo tendo que correr alguns riscos (o que não seria novidade para nós), mas não liguei. Não consigo, nunca consegui. Durante todos esses anos, o que eu mais queria era encontrá-la, ligar, sair correndo para um lugar só nosso. Mas eu nunca consegui. Por quê? Eu sei que talvez ela não espere mais que eu ligue, que ela já passou o número de telefone inúmeras vezes, que ela só está sendo simpática quando concorda em me encontrar (eu não quero acreditar nisso). Prefiro pensar que ela também mantém uma pequena esperança de que eu, de fato, ligue. Sei que ela imagina como seria nosso encontro tanto quanto eu. Sei que a gente não vai conseguir se explicar muito com palavras e os beijos logo vão entrar em cena. E eu teria tanto a explicar... Sei que pode até ser que passemos a noite juntos. Gosto quando ela acorda com o cabelo no rosto e sorri. Gosto da possibilidade de poder encontrá-la, talvez seja por isso que eu não seja capaz de ligar. Gosto desse "talvez" que existe entre nós. Esse "talvez" ainda nos deixa, de alguma forma, juntos. Tenho medo de encontrá-la e de que seja a última vez. Não suportaria a ideia de não poder contar com a remota chance de tê-la por perto. Gosto de vê-la ao longe, linda, sem saber que aquele amor, gritado da janela do 6º andar, nunca deixou de existir.