segunda-feira, setembro 28, 2009

Apelo, súplica, desabafo.
Já disse uma vez, aqui nesse blog, que o mundo perfeito é aquele no qual não existe dor de cabeça. Cá estou para reiterar tal afirmação e, meu Deus, pedir ajuda! Antes que digam que não me cuido, alto lá! Atualmente, estou fazendo um tratamento para enxaqueca. No início, em abril, tudo parecia correr bem, de fato, as crises diminuíram, e os fatores, que antes eram nítidos para causar a dor, passaram a ser bem poucos. Entretanto, de uns tempos pra cá, as dores têm sido muito comuns e intensas, estranhamente, apenas nos finais de semana (antes, não havia hora e nem dia para a dor aparecer). Já estou com retorno marcado com o meu atual neurologista e, das duas uma, ou ele muda o tal tratamento ou eu procuro outro médico (opção bem mais provável). Já fiz eletros e tomografias e nada de anormal apareceu. Já tentei acupuntura e não surtiu muito efeito. Enganou um pouco, mas não por muito tempo. Remédios já não me fazem nenhum efeito. Muitas vezes, eles nem param no meu estômago. Já perdi as contas das vezes que fui ao hospital, tomei injeção e a dor não cessou. De uns tempos pra cá, passei a praticar exercícios físicos (hidroginástica - já que qualquer exercício que me faça correr me deixa com dor de cabeça e musculação é entediante) e, pasmem, controlar a alimentação. Chocolate, frituras, queijos, sorvetes (que amo) e afins são quase que raros para quem, antes, não tinha nenhum controle. Bebidas alcoólicas nunca foram muito do meu agrado (exatamente por conta das crises consequentes de um gole ou outro), mas agora elas estão todas completamente nulas na minha pouca vida boêmia. Um dos fatores mais comuns para gerar enxaqueca, o hormonal, também foi controlado e, nem assim, sou poupada da dor no final de semana que, supostamente, era para ser bom. Enfim, cheguei a tristes conclusões: ou eu preciso de uma cabeça nova, ou nascer de novo, ou, ainda, viver em uma bolha. Tudo o que eu mais queria era poder correr, caminhar sem medo de ter crise. Tomar uma taça de vinho sem preocupação, planejar o fim de semana sem receio de ser acometida com a dor. Eu estou em desespero, mesmo.
Para quem não sabe o que eu passo, tente ter uma ideia com o texto abaixo. Só quem tem essa dor pode entender. Não há nada que me deixe mais triste do que ver as pessoas ao meu redor irritadas e impacientes quando estou com dor. Pior é ouvir: “mas está com dor DE NOVO? Tem que ver isso!”, como se eu quisesse estar com dor e não procurasse uma solução. Acho que é mais do que óbvio que eu não sinto dor porque quero. Há quem diga que tal dor possa ser de cunho emocional, psicológico ou qualquer outra coisa que envolva sentimentos. Tá, tudo bem, e a Adriana faz o quê mesmo? Sugestões e conselhos são aceitos.

A enxaqueca é um desequilíbrio químico no cérebro, envolvendo hormônios e substâncias denominadas peptídeos. Esse desequilíbrio resulta de uma série de outros desequilíbrios neuroquímicos e hormonais, decorrentes do estilo de vida e hábitos do portador da doença, e também de uma predisposição genética. O resultado é uma série de sintomas, que podem ir muito além da dor de cabeça. Por sinal, existem casos de crises de enxaqueca sem, ou com pouca dor. Geralmente, porém, a dor de cabeça é o sintoma mais dramático da enxaqueca e sua intensidade, apesar de variável, na maioria dos casos, é de moderada a severa.
A dor pode ser latejante (pulsátil), em peso, ou uma sensação de "pressão para fora", como se a cabeça fosse explodir.
A localização da dor pode variar de crise para crise; raramente dói sempre no mesmo lugar. A dor pode ocorrer em qualquer lugar da cabeça, inclusive na região dos dentes, dos seios da face e da nuca, dando origem à confusão com problemas dentários, de sinusite e de coluna.
Os demais sintomas da enxaqueca compreendem náuseas (enjoo), vômitos, aversão à claridade, ao barulho, aos cheiros, hipersensibilidade do couro cabeludo, visão embaçada, irritabilidade, flutuações do humor, ansiedade, depressão (mesmo fora das crises) e lacrimejamento. Um indivíduo não precisa apresentar todos esses sintomas para ter enxaqueca. Normalmente, apresenta alguns deles, em graus variados.
A duração de uma crise de enxaqueca é, tipicamente, de 3 horas a 3 dias, seguida de um período variável sem nenhuma dor. Pode ser precedida por uma alteração do humor (euforia, em alguns casos, depressão e irritabilidade, em outros) e do apetite (vontade de comer doces ou perda de apetite), visão embaçada, visão dupla, escurecimento da visão (cegueira parcial) de um ou ambos os olhos, e sensação de estar vendo pontos brilhantes, como se fossem vaga-lumes. Dentre outros sintomas, estão incluídos diminuição da força muscular de um lado do corpo, formigamentos, tonturas como se fosse labirintite, obstrução nasal, tensão nos músculos da nuca e dos ombros, diarreia, podendo também ocorrer as manifestações visuais já descritas.
Um indivíduo não precisa ter todos esses sintomas para ser diagnosticado como apresentando enxaqueca, porém alguns deles, como as náuseas e/ou a aversão à claridade/barulho são tão comuns que chegam a ser quase obrigatórios para o diagnóstico.
A frequência da dor é muito variável, podendo ser desde uma vez na vida, até todos os dias, e até várias vezes ao dia, no caso da cefaleia em salvas.
A dor pode ser muito forte, a ponto de impedir o indivíduo de exercer qualquer atividade, obrigando-o a ficar deitado, num quarto escuro, em silêncio, durante horas ou dias. O paciente torna-se muito irritável, preferindo ser deixado sozinho.
Boa parte das crises termina com o sono, ou então quando a pessoa vomita (principalmente as crianças). Ao fim de uma crise, o paciente sente-se como se estivesse de ressaca, apresentando, por mais de um dia, tolerância limitada para atividade física e mental.
A enxaqueca não é só uma dor de cabeça, mas uma série de sintomas, dentre os quais, a dor.
Um deles, em particular, ocorre em 10 a 15 em cada 100 enxaquecosos (nome dado aos portadores de enxaqueca), e recebe o nome de aura de enxaqueca. Aura, nesse caso, é no sentido de premonição. O indivíduo começa, de repente, a apresentar alucinações visuais: ele vê luzinhas, "estrelinhas", "vaga-lumes" piscando no seu campo visual, ou então enxerga linhas em zigue-zague, tremeluzentes, que vão aumentando em tamanho e atrapalhando a visão, ou uma perda progressiva da visão, bastante peculiar, no sentido que a pessoa passa a enxergar apenas uma parte dos objetos. Ao olhar para um rosto, ela pode enxergar apenas meio rosto, e assim por diante. Os objetos podem dar a impressão de aumentar ou diminuir de tamanho, e, nesse caso, a pessoa pode esbarrar nas portas. A sensibilidade pode se alterar, com formigamentos na metade da língua, e/ou lábios, e/ou um dos membros superiores e/ou inferiores. A fala pode ficar "pastosa", a pessoa pode não se lembrar das palavras mais comuns.
Todo esse fenômeno de aura dura entre 20 minutos e uma hora, após o que, ela vai regredindo. Assim que a aura passa, a dor de cabeça, tipicamente, começa. Daí o termo aura, premonição. Acontece que algumas pessoas podem ter episódios apenas de aura, sem a dor de cabeça, daí a enxaqueca sem dor de cabeça. A desinformação reinante sobre o assunto deve ter sido responsável por muitas mortes e acidentes no trânsito.
A frequência da enxaqueca varia de indivíduo para indivíduo. Alguns casos são mensais, outros anuais, e outros ainda, de 2 a 4 vezes por semana, e até todos os dias!
Um dos maiores problemas da enxaqueca é que ela pode ser desencadeada por uma série de "gatilhos", tornando a pessoa tanto mais vulnerável a saídas da rotina, quanto mais agravada estiver a sua doença. Sair de casa em dias muito claros, frequentar lugares aglomerados (ex: feiras, shopping), passar por emoções mais fortes (não apenas situações de contrariedade, mas também situações inusitadamente boas), acordar mais tarde que de costume, dormir durante o dia, atrasar refeições, beber uma simples taça de vinho, comer certos pratos como salsicha, alimentos muito gordurosos, queijos amarelos, chocolate, sorvete e até algumas frutas (só para mencionar alguns desencadeantes), ainda que em pequena quantidade, já pode ser suficiente para desencadear 3 horas a 3 dias de muita dor e outros sintomas.
Até exercícios físicos fora da rotina do indivíduo podem desencadear crises. A pessoa se sente como se precisasse viver dentro de uma bolha!

Texto extraído (e adaptado) do site: enxaqueca.com.br

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