quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Aquele dia havia começado cedo. No entanto, começara bem. Tudo estava sereno, até o momento em que foi trabalhar. Um clima estranho, denso. Não sabia-se ao certo a origem, mas algum aborrecimento parecia prestes a brotar do chão. E ele brotou. De repente, uma crítica sem muito fundamento fez tudo desabar. Tudo pareceu confuso e a raiva acabou tomando conta daquele corpo frágil e doído. "A idéia do ridículo não me agrada". Passou o restante do dia a controlar a raiva e as lágrimas. Foi embora no horário em que deveria ir, encontrou quem não via há um certo tempo. Desabafou, mas não se sentia leve ainda. Já em casa, depois do merecido banho e ao iniciar os preparativos para o carnaval, o interfone toca. Como se não bastasse todo aquele aborrecimento no trabalho, um infeliz perdera seu telefone, no entanto, lembrava onde era o apartamento. Maldita memória fotográfica. Um infeliz bêbado e incoveniente. Ok, pode subir. Cinco minutos. É o suficiente para eu fuzilar com os olhos antes de mandá-lo de volta pra casa. Depois de cinco minutos cravados, ele foi embora cambalendo e frustrado, e lá estava ela de volta aos preparativos. Precisava dormir, mas aquela conversa tida à tarde estava a deixando inquieta. Dormiu e duas horas e meia depois acordou. Rolou na cama, uma música peculiarmente irritante parecia tocar feito uma vitrola em sua cabeça. Sonhos confusos, raiva, tensão, INSÔNIA. Duas horas pensando, escrevendo, procurando um meio de pular o dia seguinte. Resolveu tentar dormir e apenas cochilou. O sol apareceu, e ela teve que ir ao trabalho. Mas o pior estava por vir. O pior ainda está por vir.

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