sexta-feira, maio 15, 2009

Você mal chega e eu já quero que você vá embora. Desculpa tamanha sinceridade, mas é isso mesmo que eu sinto logo depois que nos encontramos. Eu até tenho vontade de encontrá-lo quando estamos distantes, mas quando você chega perde a graça. Não deve ser culpa sua, deve ser comigo o problema. Essa contradição ambulante. Você me trata com tanto amor que chega a incomodar. Por onde eu ando você está atrás, sempre procurando manter sua mão em contato com meu corpo, seja na cintura, nos ombros ou nas costas. Você é encantador, mas também é cansativo. Eu me habituei a estar com pessoas de pouca disponibilidade. Disponibilidade sentimental, entende? Eu devo me sentir assim porque com você eu tenho uma das raras certezas: não vai dar certo. E é porque eu não quero, admito. Sim, eu pareço cruel e insensível, mas eu precisava dizer. E eu não quero tirá-lo da minha vida, eu gosto de saber que, de certa forma, você está nela; mas eu gosto mais de você quando não estamos juntos. Espera, você vai embora? E para onde você iria? Você não tem aonde ir agora. Fica, dorme, pelo menos. Ah, já te convenci? Pensei que seria mais difícil, mas eu esqueci que era você. Não, não fica chateado. Juro, não vale a pena. O problema é que eu gosto do estrago e você é disponível demais.

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