quinta-feira, maio 14, 2009

Ele disse que costuma ler o que eu escrevo. Disse que sente minha falta e que muitas vezes pensa em mim. Ele tem um sorriso lindo. Um olhar envolvente e um dos melhores abraços. Ele diz que várias vezes pensou em me ligar. Ele nunca liga. Ele quer saber de mim, mas eu quase não pergunto sobre ele. Acho que eu não tenho coragem. Eu penso nele muito mais do que eu gostaria, mas eu nunca revelo isso a ele. Eu envio alguma mensagem quando não consigo controlar minhas mãos, mas ele nunca responde. E ninguém toca no assunto depois. Ele não me parece feliz, mas também não diz que está triste. Ele parece conformado com o destino que a vida o encaminhou, mas eu não vejo entusiasmo. Eu tampouco mostro entusiasmo. Eu ofereço ajuda em sua nova vida, caso ele precise. Ele diz que seria estranho. Eu digo que sou inofensiva e ele rebate dizendo que esse é o problema. Sempre existiu aquele vácuo entre nós. Aquele poderia ter sido que nunca vai ser. Eu quero encontrá-lo, mas preciso que ele esteja sozinho. Eu vou encontrá-lo, mas ele não está sozinho. E nós só nos cumprimentaremos, como qualquer conhecido que você encontrou em uma mesa de bar abarratoda de pessoas. E eu vou me afastar, discretamente, com o coração disparado, os olhos embargados e um sorriso enorme no rosto. Eu não olho para trás, eu sei que ele vai me acompanhar com os olhos. E eu não quero troca de olhares. Eu só precisava vê-lo.

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