segunda-feira, março 09, 2009

Era uma noite de terça-feira fria quando ela deixou de acreditar nas pessoas, e, principalmente, no amor. Nesta mesma noite ela prometeu que ninguém mais a machucaria. (Ela apenas parecia ter esquecido que sentimento não é uma escolha...)

Lá estava ela, completamente perdida naquela cidade onde tudo parecia longe, caro e superficial. Ainda que houvesse laços familiares ao redor, ela se sentia só e ainda magoada com aquela terça-feira. Preciso me distrair nesta cidade, vou me matricular em algo diferente de tudo que já fiz.
Então, todas as segundas e quartas-feiras ela percorria aquele prédio sem um rumo muito definido. Ela só sabia onde ficava sua sala e onde enganar o estômago. Nem mesmo voltar sozinha para casa sabia.
Ela sempre o via pelos corredores, mas, há de se confessar, tentava fingir não vê-lo. Ela notava seu olhar quando passava, mas procurava não retribuir. Aquele não era um ambiente no qual ela se sentia à vontade. O medo e as amarras com o passado a retraíam.
Mesmo que ela procurasse não notá-lo, não havia maneira de não olhar para alguém que visivelmente poderia abraçá-la de verdade. Nossa, que rapaz alto. E depois de quase dois meses, no último dia em que ela iria àquele lugar, uma colega em comum os apresentou. E pela primeira vez eles se olharam de fato e se cumprimentaram. Ela, cheia de receios. Ele, com um olhar e um sorriso extremamente envolventes.
Assim, eles encontraram um ao outro. E ali mesmo ela se apaixonou, embora só tenha notado isso muito tempo depois.


[Por ELA]

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