sábado, março 28, 2009

Ela sempre esteve um pouco fora do que as pessoas acreditam ser o comum. Ela sempre se destacou um pouco mais do que a maioria das pessoas com quem convivia. Na maior parte da vezes, por conta da altura e do corpo esguio (entendam: isso não era bom). Assim, ela tentava ser discreta (na medida do possível) e sofría com o deboche diário. Passado o desconforto de sempre ser a mais alta da turma (afinal, depois de um tempo, sabe-se lá Deus o porquê, alguns centímetros a mais passaram a ser, de certa forma, vistos de maneira positiva), ela resolveu escolher uma faculdade onde não há uma definição clara. Aquela que ninguém acredita muito. Aquele tipo de faculdade que tem muitos caminhos, mas que nunca se sabe no que vai dar (até hoje ela ainda não sabe bem para qual rumo essa parte da vida dela vai tomar, mas, claro, não desiste de tentar descobrir). Não bastante, ela se desapaixonou pelo "cara certo" (até hoje nunca ninguém entendeu, nem ele mesmo) e desde então foi uma sucessão de "caras errados" em sua vida. Não, ela não se arrepende, até acha divertido (embora já tenha levado em consideração a idéia de um complô). Ela poderia escrever minuciosamente sobre cada um deles, de uma maneira bem divertida, já que ela gosta mesmo é de comédia e não de drama (tá, no máximo um drama mexicano que, convenhamos, é pra lá de cômico). E é aí, nessa tal parte amorosa, que ela continua a se destacar. Ela gosta e desgosta. Erra, aprende, mas erra de novo. Esquece, lembra de novo, esquece mais uma vez. Perdoa, sente raiva e volta a perdoar (e nem precisa que peçam desculpas). Ela se perdoa também. Sabe exatamente o que é certo e errado e, confessa, seguiu a plaquinha do "errado" várias vezes. Até já pegou avião para seguir a tal plaquinha. Ela também se destacou por ter ido morar em outra cidade com amigos, parentes e, finalmente, sozinha. Ela chamou bastante atenção quando saiu voando com seu carro, no alto dos seus 20 anos. E hoje o que atrai os olhares alheios é a cicatriz no braço, além das duas tatuagens pelo corpo feitas sem muito consentimento. As unhas sempre vermelhas e os cabelos negros, naturais, também têm sua particularidade.
Enfim, ela parece sempre procurar os caminhos mais difíceis e tortuosos em quase tudo. Ela procura não pensar assim, a linha reta nunca comportou muito seus largos passos. Afinal, seriam à toa pernas tão compridas?
Ela já teve a "estabilidade" como protagonista de sua vida e sempre há os momentos em que ela sente falta e saudade disso. Ah, mas ela não perde muito tempo pensando no que foi e, mais, no que poderia ter sido.

MOVE ON!

"They say a restless body can hide a peaceful soul. A voyager and a settler, they both have a distant goal. If I explore the heavens, or if I search inside, well, it really doesn't matter as long as I can tell myself: I've always tried." [Move On - ABBA]


("Eles dizem que um corpo inquieto pode esconder uma alma calma. Um passageiro e um colonizador, ambos têm um objetivo distante. Se eu exploro os céus, ou se eu procuro internamente. Bem, realmente não importa contanto que eu possa falar: eu sempre tentei".)



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