quarta-feira, junho 17, 2009

Companhia é algo que me falta na hora do almoço. Isso deveras me incomoda, mas ficar sem almoçar não pode, já diria minha mãe e todas as outras pessoas que parecem se importar comigo. Então, lá vou eu almoçar, todos os dias, em minha própria companhia.
Normalmente, costumo ir a ambientes repletos de pães, também conhecidos como padarias, onde ninguém repara muito se você está sozinho ou não. Neste lugar existem os famosos ‘almoços executivos’ que suprem a minha carência de arroz e feijão caseiros. No entanto, devo admitir que muitas vezes eu me contento com os irresistíveis salgados e, de sobremesa, alguma barra de chocolate.
No entanto, almoçar todos os dias no mesmo lugar enjoa, assim, uma vez por semana, eu me arrisco a ir a restaurantes convencionais. O constrangimento começa logo na porta. Mesa para quantos, senhora? Só eu mesma. Só você? Pode ficar à vontade. Bom, pelo menos me dão o direito de escolher o meu lugar, né? Eu procuro um lugar estratégico para poder observar o local, já que não me resta muito entretenimento até chegar a comida.
Casais no auge da paixão sempre têm presença garantida. Procuro manter distância deles, sabe? Almoçar sozinha já é bastante chato, ser lembrada que sua companhia não está no momento é completamente desnecessário.
Executivos em bando sempre existem. Na maioria das vezes, conversando sobre a empresa (o que pode englobar tudo: desde a secretária que fez plástica no nariz até a convenção da próxima semana) ou falando ao celular. Às vezes, aos berros.
Outra classe comum: mulheres. Geralmente estão em dupla, trio ou quarteto. Nunca passa disso. Costumam falar de seus maridos, amantes, namorados ou aspirantes a tal. Sabe que eu acho que vai ser melhor não vê-lo durante a semana? Assim o fim de semana é só nosso... Menos quando ele passa o final de semana com o filho... Daí é um porre, menina... (Posso me poupar dos comentários? Obrigada).
Durante a semana quase não se vê famílias almoçando. Talvez um pai ou uma mãe com o(s) filho(s), mas esses não despertam muito a minha atenção.
E, finalmente, os excluídos, abandonados... Os solitários! (É essa a classe a qual eu pertenço em, pelo menos, 3 dias da semana). Estratégias para não parecer que você se incomoda com o fato de estar só: celular. Celular, o grande companheiro de quem almoça sozinho. É nessa hora que você resolve fazer todas as ligações importantes (do seu ponto de vista) e, sobretudo, as desnecessárias também. Mandar mensagem é uma ótima saída. Em caso extremo, vá à parte de joguinhos e divirta-se. Ainda há o cardápio para brincar, caso você não tenha ido aos famosos self-service; ler, reler corrigir, traduzir, se abanar, se cobrir, não importa. A regra é: não deixem que o tirem de você até chegar o seu pedido. O consolo: pessoas sozinhas costumam sorrir e trocar olhares cúmplices ao se depararem com alguém na mesma situação.
Ainda hei de fazer amigos no horário do almoço, podem apostar.

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