quinta-feira, novembro 06, 2008

Ela tinha quinze anos quando encontrou seu primeiro prospecto de namorado. Ele tinha dezoito ou dezenove anos e já tinha um pouco mais de histórias para contar. Ele andava em turma. Daquelas turmas onde todo mundo se conhece há tempos e tempos e todos os programas têm que ser em turma. Coisa mais chata. Mas ela não reclamava. Achava até bacana, assim não precisava dar desculpas caso não quisesse fazer algo. Se é que me entende. Ela não sabia quase nada da vida e achava importante comemorar cada mês de relacionamento. Geralmente sozinha, mas comemorava. A comemoração do terceiro mês transformou-se em um funeral. Você é uma menina linda e merece o melhor. Eu estou confuso porque sei que com você as coisas têm que ser sérias e por isso eu preciso desse tempo para saber o que eu vou fazer da minha vida. [fale de uma vez que você não quer ficar com uma menina virgem, idiota.] Ela sofreu, sofreu e sofreu. Ela achava que isso poderia ser amor. Achava também que há qualquer momento ele poderia voltar e pedir perdão. Ilusão. Poucas semanas depois ele começou a namorar... uma das garotas daquela turma. E a menina de quinze anos carregou essa mágoa durante sete anos. Um mês antes do casamento dele [com aquela garota/mulher da turma], ela o ouviu dizer: Hoje eu vejo o que eu perdi, a pessoa que eu deixei sair da minha vida. Eu não sei se meu casamento vai dar certo, a gente nunca sabe, mas que eu perdi uma pessoa incrível, eu perdi. E houve um último beijo. Ela sentia-se vingada(?) sem ao menos ter planejado tudo isso. Sete anos depois ela ouviu o que esperou durante todo esse tempo. E pra quê? Isso mudou alguma coisa? E até hoje, nas raríssimas vezes em que se encontram casualmente, o clima fica tenso. Ela evita olhares e tenta passar despercebida. A esposa, com todo bom sexto sentido que esposas têm, sente ciúmes daquela menina alta, magra e, por que não, bonita. Mas é só ciúmes.

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