domingo, maio 30, 2010

Naquele dia, ela dirigiu mais rápido que o habitual, com os vidros abertos, e escutou, em um volume além do suportável, o último CD que havia comprado. Corria para deixar para trás cada tristeza e cada frustração dos últimos dias. O vento entrava para secar a enxurrada de lágrimas, que parecia cair em harmonia com a música. Ouvia um som tão alto (sem cantar junto) exatamente para tentar não escutar seus pensamentos. Ela ignorava cada placa, na esperança de que ainda soubesse o caminho de casa. De repente, foi parada em um posto policial. Ela se limitou a olhar, sem nenhuma expressão, para o policial e foi liberada - "Pode prosseguir, senhora. Boa viagem." - e ela seguiu com a impressão de que havia uma expressão de compaixão no rosto do rapaz fardado. Quando notou, já estava em uma estrada familiar, a caminho de casa. Tudo parecia no lugar, menos seu coração. Ela o deixou na estrada, para que, talvez, ele também encontre o caminho de casa.

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